A ERSUC, entidade responsável pela gestão de resíduos sólidos no município de Condeixa-a Nova, propõe para 2025 um novo agravamento de 20% da tarifa de tratamento do lixo face a 2024, o que representa um aumento de 234% em relação a 2014.


“Estamos a falar de aumentos irracionais e asfixiantes que, ano após ano, vêm a ser aplicados, com a conivência da ERSAR, com absoluto despudor e sem qualquer respeito pelas famílias que têm feito um esforço notável para reduzir significativamente o lixo que é enviado para aterro, em nome da sustentabilidade ambiental”, critica Nuno Moita, presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a- Nova.


Apesar do aumento populacional, o Município de Condeixa tem conseguido, nos últimos anos, diminuir consecutivamente o volume de resíduos urbanos sujeitos a tarifa (reduziu 5% em 2023 relativamente ao ano anterior, para 5.679 toneladas).


Apesar disso, os custos anuais com a gestão de resíduos têm sofrido aumentos consecutivos, atingindo em 2023 quase meio milhão de euros, suportados pelos Município de Condeixa.


“Até ao momento, a Câmara não tem refletido esses brutais aumentos na fatura dos consumidores, mas inevitavelmente vai ter que o fazer, desde logo porque é obrigada legalmente a fazê-lo, mas também porque corremos o risco de entrar em desequilíbrio financeiro”, realça o edil Nuno Moita.


O presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova reforça o pedido que vem fazendo desde há alguns anos de uma fiscalização rigorosa ao contrato de concessão atribuído, considerando que “é incompreensível que, desde que a ERSUC foi privatizada, em 2015, pelo Governo de Passos Coelho, a empresa, mesmo conseguindo impor estes aumentos brutais, acumule sucessivamente maus resultados financeiros e que, com total falta de ética e transparência ainda distribua dividendos de 1,7 milhões de euros, como fez em abril deste ano”.


Integrada no Grupo MOTA-ENGIL, a ERSUC é responsável por assegurar o tratamento de resíduos de 36 municípios do Litoral Centro, abrangendo quase um milhão de habitantes.