A Câmara da Lousã apresentou queixa-crime no Ministério Público contra uma empresa de exploração de madeira por corte ilegal de árvores municipais na aldeia da Silveira, em plena Serra da Lousã, numa zona da Rede Natura 2000.
Em declarações, o vereador Ricardo Fernandes explicou que, na terça-feira, uma empresa com sede em Góis cortou árvores em terrenos municipais junto àquela aldeia serrana desabitada, motivando um embargo administrativo que foi desrespeitado.
“O embargo administrativo foi desrespeitado pela empresa e na quarta-feira foi apresentada queixa-crime ao Ministério Público por furto”, adiantou o autarca, responsável pelo pelouro das florestas e ambiente.
Segundo Ricardo Fernandes, o gabinete jurídico municipal está a estudar outras medidas que possam travar o corte raso de vários hectares que está a ocorrer na Serra da Lousã, pelo menos desde o início da semana.
“Têm vindo a efetuar cortes rasos em áreas muito grandes na zona da Rede Natura 2000, que têm efeitos muito nocivos”, sublinhou o autarca, salientando que os cortes também ocorrem em terrenos privados.
O vereador do município da Lousã (distrito de Coimbra) disse ainda que foi chamada a GNR, que terá levantado um auto de contraordenação devido à abertura de caminhos e trilhos sem autorização em zona da Rede Natura 2000.
De acordo com o autarca, a situação está a motivar muitas queixas da população e a “levantar uma onda de indignação”.
Contactada pela agência Lusa, a comandante do Destacamento da GNR da Lousã, Raquel Ferreira, disse que aquela força “está claramente a fazer cumpri a Lei”, mas não adiantou mais informações, alegando falta de autorização.
Já o gabinete de relações públicas do Comando Territorial da GNR de Coimbra adiantou que a instituição está a colaborar com o município da Lousã e que foram efetuadas ações de fiscalização que vão seguir os seus trâmites.
“Existe um espírito colaborativo e estão a ser efetuadas todas as diligências que estão na esfera de competências da GNR”, frisou a mesma fonte.
Apesar das diversas tentativas, não possível à agência Lusa obter esclarecimentos por parte da empresa de exploração florestal que procede ao corte das árvores.