Numa organização conjunta da Câmara Municipal de Tondela, da Associação das Mulheres Agricultoras de Castelões (AMACastelões), do Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura (ID+) e do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro vai decorrer, entre os dias 16 e 23 de julho, no concelho de Tondela, um laboratório de design, em que serão realizadas diversas oficinas criativas dedicadas ao linho e a outros produtos locais.
Nesta edição piloto, o laboratório, designado de UA.LABDESIGN, estará focado no Ciclo do Linho de Castelões que a AMACastelões, uma associação formada por um grupo resiliente de agricultoras e artesãs locais, resgatou de uma extinção aparentemente “inevitável”.
O laboratório intitulado “Pela Alma do Linho” contará com a participação de cerca de duas dezenas de alunos da Universidade de Aveiro, que serão acompanhados de diversos professores, investigadores e técnicos de design, que levarão a investigação e a experiência do ensino universitário a três localidades do concelho de Tondela.
Durante a semana em que decorrerá a iniciativa realizar-se-ão quatro oficinas, nas aldeias de Múceres, Castelões, na Ribeira, Campo de Besteiros, e na vila do Caramulo.
Cada oficina centrar-se-á numa matéria específica. Uma será focada no linho, outra no burel, uma terceira na madeira e a última no digital. Não obstante o material explorado em cada ateliê, todos eles funcionarão em articulação, permitindo, por exemplo, que todos trabalhem o mesmo conceito de design.
Deste modo, as diferentes oficinas trabalharão em diálogo na exploração de ideias de design, inspiradas no espírito dos lugares e nas suas tradições, com vista ao desenvolvimento de uma nova geração de artefactos artesanais que cruzem a tradição com o olhar do design contemporâneo.
“O ciclo do linho transporta com ele saberes e práticas ancestrais aos quais queremos complementar com o saber académico do design, potenciando novas criações”, defende o vice-presidente da Câmara de Tondela e vereador com o pelouro da cultura na autarquia, João Carlos Figueiredo.
“Esta iniciativa reveste-se da máxima importância na promoção dos nossos produtos e na procura de novas formas de criatividade”, acrescenta.
No último dia (23 de julho) do laboratório serão apresentados os resultados da investigação e do trabalho desenvolvido, estando ainda previsto um momento de reflexão e discussão sobre o futuro dos saberes artesanais da região quando articulados com a investigação e o ensino do design.
As experiências nas oficinas serão antecedidas de uma aula inaugural em formato de mesa-redonda, na Universidade de Aveiro, a acontecer já esta sexta-feira (14 de julho), e que será focada na discussão sobre o futuro da relação do design com o território e a sua tradição, contando com a presença do referido autarca.
O laboratório “Pela Alma do Linho” arranca no próximo domingo (16 de julho), com a receção dos participantes na aldeia de Múceres, seguida da apresentação do documentário “A alma do linho”, que conta com a participação das mulheres que integram a AMACastelões e que mantêm viva a tradição do linho.
O projeto, o UA.LABDESIGN – “Pela alma do linho”, conta com o apoio das juntas de freguesias de Castelões, Campo de Besteiros e Guardão e com a colaboração do Centro de Estudos e Interpretação da Serra do Caramulo (CEISCaramulo).