48º Aniversário celebrado com sessão solene e concerto

O auditório do Centro Cultural de Poiares foi o palco da Sessão Solene que marcou a cerimónia evocativa dos 48 anos da Revolução dos Cravos e que, pela primeira vez, desde a pandemia COVID-19, foi assinalada sem limitação de público presente e sem uso obrigatório de máscara.

No dia em que se celebram os valores da liberdade, a atualidade da guerra na Ucrânia foi presença obrigatória em quase todas as intervenções, com a manifestação de solidariedade para com o povo ucraniano, a condenação da invasão russa e o repúdio pelo desrespeito do direito internacional e violação da integridade territorial de um estado soberano.

No seu discurso, o presidente da Câmara sublinha que há dois acontecimentos que marcam estas comemorações, o fim do uso de máscara e a guerra na Ucrânia, falando ainda do acréscimo de responsabilidade que significa o reforço dos resultados eleitorais resultantes das últimas eleições, e dos investimentos que se estão a preparar numa altura de transição de quadros de apoio dos fundos estruturais europeus.

Ao longo do seu discurso, João Miguel Henriques falou também da importância do poder local, também ele uma conquista de abril, sobretudo para criticar o processo de transferência de competências, nos vários domínios, para os quais não foram devidamente avaliadas as contrapartidas, fazendo recair sobre o município uma responsabilidade para a qual não são transferidos os devidos meios para lhe poder responder.

E se, nos domínios da Ação Social e da Saúde, as competências ainda não estão efetivadas, na Educação já são da responsabilidade do Município desde o dia 1 de Abril, cujo processo só não teve mais dificuldades, fruto do bom entendimento e espírito colaborativo do Agrupamento de Escolas.

Por sua vez, o presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Poiares, Nuno Lima Fernandes, considerou que, acima de tudo, continua a ser importante comemorar abril e, referindo-se à guerra na Ucrânia, lembrou a deliberação tomada pelo órgão deliberativo do concelho, de apoio ao povo ucraniano e repúdio pela invasão russa, considerando que os ucranianos irão precisar de muita ajuda, sobretudo em termos humanos.

O representante da bancada do PS, Pedro Santos, fez uma retrospetiva histórica do concelho e da concretização dos valores de abril, implementados ao longo dos tempos, dando conta da importância do 25 de abril ter de se renovar, e de deixar uma mensagem de esperança para o futuro, cimentando os valores de paz e liberdade.

Já a representante da bancada do PSD, Inês Carvalho, enfatizou o facto dos portugueses viverem há mais tempo em liberdade do que em ditadura, e construiu uma análise sobre a sua perspetiva do que tem vindo a ser desenvolvido em Poiares nos vários domínios.

O representante da bancada da CDU, Pedro Henriques, defende que 48 anos depois ainda não se cumpriu abril e elencou um conjunto de áreas onde é necessário ainda reforçar ação para que se cumpram os valores e princípios conquistados com a Revolução.

Concerto na Igreja Matriz encerrou programação

A sessão solene da comemoração do Dia da Liberdade contou ainda com a atuação da Filarmónica Fraternidade Poiarense, que abrilhantou as cerimónias, seguindo-se a deposição de uma coroa de flores junto ao monumento de homenagem aos combatentes poiarenses que tombaram na Guerra do Ultramar.

As comemorações continuaram da parte da tarde, com o concerto de Pedro Caldeira Cabral, na igreja matriz de Poiares Santo André, inserida no projeto Sons do Sagrado, no âmbito da Rede Cultural Terras da Chanfana.