O juiz de Instrução Carlos Alexandre deverá decidir hoje as medidas de coação a aplicar aos 11 arguidos detidos no âmbito da ‘Operação Miríade’, que investigou uma rede criminosa que se dedicava, entre outros ilícitos, ao contrabando de diamantes, ouro e tráfico de droga.

Ontem, os arguidos foram presentes ao juiz no Juízo de Instrução Criminal de Lisboa e cinco deles prestaram declarações no interrogatório, sendo que os outros seis optaram por ficar em silêncio.

Entre os 11 detidos incluem-se militares, um advogado, um agente da PSP e um guarda da GNR. Fonte ligada ao processo adiantou à Lusa que da rede criminosa fazem ainda parte várias dezenas de pessoas e cerca de 40 empresas, algumas que funcionavam como fachada para os negócios.

Em comunicado, o Estado-Maior-General das Forças Armadas revelou que alguns militares portugueses, em missões da ONU na República Centro-Africana, podem ter sido utilizados para transportar os diamantes, adiantando que o caso foi reportado em dezembro de 2019.

Entretanto, o Presidente da República confirma que o ministro da Defesa não o informou sobre a investigação aos militares suspeitos de tráfico de diamantes.

Marcelo Rebelo de Sousa disse aos jornalistas que João Gomes Cravinho tinha pareceres jurídicos que aconselhavam a não comunicação aos órgãos de soberania, nomeadamente Presidência da República e Parlamento:

Presidente da República confirma que não foi informado sobre a investigação aos militares suspeitos de tráfico de diamantes. As medidas de coação devem ser conhecidas esta quarta-feira.