O opositor russo Alexei Navalny, preso desde Janeiro, anunciou hoje o fim da greve de fome que iniciou há 24 dias para denunciar as condições de detenção, e que suscitou inquietações sobre a deterioração do seu estado de saúde.
O político da oposição, 44 anos, iniciou a greve de fome a 31 de Março em protesto pela recusa das autoridades prisionais em permitir a visita dos seus médicos após severas dores nas costas e dormências nas pernas.
Os responsáveis do estabelecimento insistiram que estava a receber o tratamento adequado, mas Navalny negou. Na quarta-feira, quatro peritos dos direitos humanos mandatados pela ONU indicaram que o detido estava em “grave perigo” e considerando que devia ser enviado para o estrangeiro.

O principal opositor de Vladimir Putin, o Presidente russo, foi preso em Janeiro ao regressar da Alemanha, onde esteve cinco meses em recuperação após um alegado envenenamento por um agente neurotóxico, atribuído ao Kremlin, acusando que as autoridades russas rejeitaram.
Um tribunal condenou Navalny a dois anos e meio de prisão por um caso de corrupção ocorrido em 2014 e que os seus apoiantes denunciaram como politicamente motivado, enquanto o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos considerou a sentença “arbitrária e manifestamente irracional”.
Em Março, o político foi transferido para uma colónia penal a leste de Moscovo, conhecida pelas suas duras condições de detenção.