A representante portuguesa no Miss Universo 2025, Camila Vitorino, tornou pública uma denúncia contundente sobre episódios que afirma ter vivido nos bastidores da competição, realizada este mês na Tailândia. Numa longa mensagem divulgada nas redes sociais — traduzida também para inglês e espanhol — a candidata descreve um ambiente marcado por injustiças, pressão constante e até medo.
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Camila Vitorino, que ficou em destaque na prova de traje tradicional com uma homenagem a Celeste Caeiro, diz sentir-se “obrigada a falar” para proteger a sua integridade. “Sempre acreditei que as ações falam mais alto do que as palavras. Mas, perante o que vivi, não posso ficar calada”, escreveu.
A candidata sublinhou que manteve um comportamento “exemplar”, cumprindo todos os pedidos da organização, e lamentou rumores que ouviu sobre uma alegada entrevista fraca — avaliação que rejeita, explicando que o tema imposto foi a maternidade, assunto que abordou com orgulho e profundidade.
Episódio decisivo: “O meu coração acelerou. Eu congelei.”
A polémica intensificou-se quando, segundo Camila, durante uma conversa entre a organização e as competidoras, foi dito que a Miss Universo reinante “não tinha namorado porque não havia tempo”, sendo o seu “casamento” o trabalho para a comunidade. A declaração, afirma, deixou-a em choque, tal como outras concorrentes casadas ou em relações.
A portuguesa lembra que foi a primeira mulher casada e mãe a ganhar o título de Miss Universo Portugal, algo que considera um marco, mas também fonte de preconceito durante o concurso. “O casamento ensinou-me compromisso, a maternidade deu-me resistência. Sempre quis mostrar que é possível ser mãe, esposa e rainha de beleza.”
Críticas à organização e ambiente interno
Camila Vitorino afirma que já não se sente representada pelos valores que a organização do Miss Universo diz defender e denuncia um clima de “incerteza, pressão e, por vezes, até medo”, vivido ao longo de 20 dias.
Acusa também a organização de culpar injustamente as 120 candidatas por falhas que considera estruturais. Na mensagem, diz que o tratamento desigual e comentários desmotivadores contribuíram para um ambiente adverso.
Mensagem final às mulheres e jovens candidatas
O comunicado termina com um apelo dirigido a “mulheres, mães, esposas e meninas que sonham” em seguir os concursos de beleza. “Nunca permitam que vos digam que têm de escolher entre o amor e a ambição. O mundo precisa da vossa autenticidade.”
A publicação continua a gerar debate internacional, alimentando críticas à organização do Miss Universo e levantando questões sobre a forma como as candidatas — sobretudo as que fogem ao perfil tradicional — são tratadas.



