Linha da IKEA já encaminhou quase 1.600 chamadas de vítimas de violência doméstica

A linha criada pela IKEA para apoiar vítimas de violência doméstica já encaminhou quase 1.600 chamadas para o Serviço de Informação a Vítimas de Violência Doméstica (SIVVD) desde o seu lançamento em março de 2023. A solução, desenvolvida em parceria com a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), permite que as vítimas contactem o SIVVD de forma sigilosa, ficando apenas registado nos telemóveis o número da IKEA.

No primeiro ano, foram encaminhadas 216 chamadas, número que subiu para 462 no segundo ano e para 915 apenas entre janeiro e setembro de 2025. No total, a linha já reencaminhou 1.593 chamadas, segundo dados divulgados pela empresa.

Entre janeiro e setembro deste ano, o número de contactos para o SIVVD aumentou 98% face ao mesmo período de 2024. A presidente da CIG, Carina Quaresma, considera que esta linha “ampliou a capacidade de chegar a vítimas que necessitam de ajuda de forma segura e discreta”, sublinhando que facilitar o acesso ao apoio pode ser determinante para que as pessoas “deem o primeiro passo”.

A colaboração entre a IKEA e a CIG estende-se também ao programa “Recomeços”, destinado a apoiar a autonomização de vítimas acolhidas em Casas de Abrigo. Desde 2023, este programa já ajudou cerca de 100 pessoas. A IKEA contribui financeiramente para o projeto e reforçou em setembro o fundo da CIG com uma doação de 15 mil euros.

A responsável de comunicação da IKEA, Cláudia Domingues, destaca que este canal tem permitido “quebrar ciclos de silêncio”, chegando a mais vítimas que procuram ajuda de forma discreta.

Para aceder ao reencaminhamento para o SIVVD, basta ligar para a linha de apoio ao cliente da IKEA (21 989 99 45) e selecionar a tecla 8. As vítimas e testemunhas podem também contactar diretamente o SIVVD através do número gratuito 800 202 148, do SMS 3060 ou do e-mail violencia@cig.gov.pt. Em situações de emergência, a CIG recorda que o contacto deve ser sempre feito através do 112.

A violência contra mulheres e raparigas continua a ser uma das violações de direitos humanos mais disseminadas no mundo. Em Portugal, pelo menos 24 mulheres foram assassinadas até 15 de novembro de 2025, 21 das quais vítimas de femicídio, segundo o Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR.

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