A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, alertou esta segunda-feira para a necessidade de levar cuidados de saúde diretamente aos lares e residências de idosos, de forma a reduzir o crescente número de internamentos sociais em hospitais portugueses.
Segundo o jornal Público, 832 utentes aguardavam no final de outubro por vaga em estruturas residenciais, apesar de já terem alta clínica. O número de admissões em lares diminuiu drasticamente desde a pandemia, caindo de 2.175 em 2021 para apenas 697 até outubro de 2024, refletindo a pressão sobre as regiões de Lisboa, Porto e Setúbal.
Ana Paula Martins afirmou que muitos casos poderiam ser evitados se os idosos recebessem cuidados no próprio lar, evitando deslocações desnecessárias ao hospital. A ministra reconheceu que a situação não se resolve num ano, devido à fragilidade do sistema de cuidados de longa duração, e destacou a importância de investir em cuidados domiciliários, hospitalização domiciliária, cuidados paliativos e monitorização tecnológica à distância.

Sobre os projetos de requalificação de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI) financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a ministra explicou que alguns atrasos e desistências impediram a execução total, mas garantiu que os fundos disponíveis ainda serão aplicados.
Ana Paula Martins salientou que será necessário trabalhar com maior rapidez nos próximos cinco anos para melhorar o panorama dos cuidados de longa duração, aliviar a pressão sobre os hospitais e reduzir o congestionamento das urgências causado pela falta de vagas.

