Trump incentiva republicanos a aprovarem divulgação dos arquivos do caso Epstein

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu que os deputados republicanos votem a favor da divulgação integral dos arquivos relacionados ao caso Epstein, numa mudança de postura face às declarações feitas na última semana, quando classificou como “fracos e tolos” os congressistas do seu próprio partido que pressionavam pela abertura dos documentos.

Em mensagens publicadas nas redes sociais este domingo, Trump afirmou que os republicanos “não têm nada a esconder” e que é “hora de seguir em frente dessa farsa dos democratas”. O presidente, que tem procurado afastar-se de qualquer associação ao milionário Jeffrey Epstein, também acrescentou que os democratas “teriam divulgado tudo antes da vitória eleitoral” caso houvesse informação comprometedora.

A pressão pela divulgação total dos documentos tem aumentado, sobretudo após a publicação, na quarta-feira, de e-mails tornados públicos pelo Congresso dos EUA. Nesses e-mails, Epstein escreveu que Trump “sabia” das suas condutas e que o presidente norte-americano passou “horas” na sua casa na presença de uma das vítimas. Os democratas consideram que as comunicações levantam novas dúvidas sobre a relação entre os dois, enquanto a Casa Branca acusa o partido de “vazamento seletivo” com o objetivo de prejudicar a imagem do presidente.

Jeffrey Epstein, empresário com uma vasta rede de contactos entre figuras políticas e celebridades, foi detido em 2019 sob acusações de abuso de menores e de gerir uma rede de exploração sexual. Morreu um mês depois na prisão, num caso oficialmente tratado como suicídio, mas que continua a gerar controvérsia pública. Desde então, os pedidos para que todos os documentos relacionados com a investigação sejam tornados públicos têm sido constantes, incluindo entre apoiadores do próprio Trump.

Durante a campanha, o presidente chegou a prometer a divulgação da alegada “lista” de clientes do esquema, supostamente contida nas anotações de Epstein. Em fevereiro, o Departamento de Justiça divulgou alguns documentos, mas sem revelar novas informações relevantes. Agora, com a nova posição de Trump, o tema volta ao centro do debate político em Washington.

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