Um casal britânico recebeu uma indemnização de 20 mil libras (aproximadamente 23 mil euros) depois de ter sido detido incorretamente pela polícia à frente da filha de três anos, na sequência de um desacordo com a escola frequentada pela filha mais velha.
A 29 de janeiro, Rosalind Levine e Maxie Allen foram detidos por seis agentes, confrontados com acusações de comunicações maliciosas, assédio e distúrbios em instalações escolares — acusações que, segundo o casal, não tinham qualquer fundamento. “Sabia que não tinha feito nenhuma dessas coisas”, afirmou Rosalind à BBC.
O conflito com a escola primária Crowley Hill, em Borehamwood, começou meses antes, quando os pais levantaram questões sobre o processo de recrutamento do novo diretor. Allen, que já tinha desempenhado funções de governador escolar, alegou ter identificado falhas no funcionamento da instituição. As preocupações eram agravadas pelo facto de a filha do casal, portadora de epilepsia e neurodivergente, necessitar de cuidados especiais.
As críticas expressas em e-mails e num grupo de WhatsApp levaram a escola a proibir o casal de entrar nas instalações. Perante a insistência dos pais, o estabelecimento contactou a polícia, alegando perturbação causada por “um volume elevado de correspondência e publicações nas redes sociais”.
Após a detenção — que durou 11 horas —, a polícia de Hertfordshire reconheceu o erro, admitindo que “o critério legal para a necessidade de detenção não foi cumprido”, embora tenha afastado indícios de má conduta policial. O comissário Jonathan Ash-Edwards considerou ainda que “houve uma rutura fundamental na relação entre a escola e os pais, que não se deveria ter tornado um caso policial”.
O casal mostrou-se “satisfeito” com o desfecho e aliviado por ver reconhecida a injustiça de que foi alvo.