Mais de metade dos portugueses (57%) considera que a pandemia dificultou o seu acesso aos cuidados de saúde, sendo a população mais idosa (69%) e os doentes crónicos (70%) quem mais manifesta esta dificuldade.

O estudo “Acesso a cuidados de saúde em tempos de pandemia”, realizado pela GFK Metris e apresentado esta terça-feira na Ordem dos Médicos, revela que esta situação resulta de “uma experiência efetiva”, traduzindo-se em 692 mil portugueses que não realizaram as consultas médicas que estavam marcadas.

Segundo o inquérito, cerca de dois milhões de portugueses tiveram algum ato médico marcado durante a pandemia (março a agosto). Deste universo, a maioria (89%) diz respeito a consultas, 23% tinham exames, 5% uma cirurgia programada e 3% internamento.

Cerca de 40% dos inquiridos diz que recorreria de certeza a cuidados de saúde durante a pandemia em caso de necessidade, 35% afirma que só recorria se a situação fosse grave e mais de 22% refere que “provavelmente recorreria”.

Metade dos participantes refere que se sente seguro e confortável no acesso a cuidados de saúde. Quem sente insegurança, aponta o receio de contágio como principal motivo para evitar uma ida ao médico.

O estudo também quis perceber de que forma os portugueses aceitaram a telemedicina, tendo concluído que 775 mil tiveram uma consulta médica por este meio, com 90% a realizá-la.