Vaticano condena poligamia e poliamor e defende casamento monogâmico em África

O Vaticano publicou recentemente um documento doutrinal que condena a poligamia e o poliamor, reafirmando a monogamia como padrão do casamento cristão. O texto, assinado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e com concordância do Papa Leão XIV, surge após pedidos de bispos africanos que enfrentam a realidade de fiéis polígamos em diversos países do continente.

O documento destaca que o casamento é uma união exclusiva entre um homem e uma mulher, com direitos e deveres iguais, defendendo que o amor conjugal inclui prazer sexual, cumplicidade e pertença mútua, ao longo de décadas. Segundo o Vaticano, a poligamia e o poliamor fragmentam a unidade do amor conjugal, tornando impossível a relação plena de duas pessoas.

No entanto, a publicação gerou críticas, especialmente de especialistas e clérigos africanos, que alertam para os impactos sociais da poligamia. Muitos fiéis polígamos sentem-se forçados a abandonar algumas esposas e filhos para permanecer na Igreja, levando a situações de pobreza e abandono.

O documento também reforça que práticas como adultério, poliamor e poligamia não cumprem a conceção católica de união, que exige exclusividade e reciprocidade entre duas pessoas.

Além disso, a questão da poligamia em África surge num contexto em que a Igreja Católica perde fiéis para igrejas pentecostais, que aceitam múltiplos casamentos. Segundo estudos, a prática da poligamia é tolerada em várias culturas africanas devido a fatores como levirato, necessidades económicas e reprodução, mas a monogamia continua a ser valorizada, especialmente no primeiro casamento.

Enquanto o Vaticano se mantém firme na defesa da monogamia, estruturas como a Igreja Católica na Alemanha avançam com decisões mais progressistas sobre casamento de sacerdotes, ordenação de mulheres e direitos de homossexuais, evidenciando diferenças regionais dentro da Igreja e potenciais tensões futuras.

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