A gigante chinesa Shein anunciou a proibição total da venda de bonecas sexuais na sua plataforma, após ter sido acusada de comercializar produtos com aspeto infantil. A decisão surge dias antes da abertura da primeira loja física da marca, em Paris, e depois de fortes críticas do governo francês.
A polémica estalou quando se descobriu que a plataforma vendia bonecas sexuais com traços de criança, o que levou o ministro das Finanças francês, Roland Lescure, a ameaçar banir a empresa do país. “Estes produtos ilegais são horríveis. Se este comportamento se repetir, poderemos solicitar a exclusão da Shein do mercado francês”, declarou o governante à estação BFMTV.
A Procuradoria de Paris abriu uma investigação não só contra a Shein, mas também contra outras plataformas como AliExpress, Temu e Wish, por suspeitas de distribuição de “mensagens violentas, pornográficas e inapropriadas acessíveis a menores”.
Em comunicado, o diretor executivo da Shein, Donald Tang, reconheceu a gravidade da situação e anunciou medidas imediatas. “Estas publicações provinham de vendedores externos, mas assumo a responsabilidade pessoal. Todos os produtos e anúncios relacionados foram removidos”, afirmou.
A Direção-Geral da Concorrência, Assuntos do Consumidor e Controlo de Fraudes (DGCCRF) confirmou que as descrições e imagens das bonecas deixavam “poucas dúvidas sobre a natureza de pornografia infantil do conteúdo”.
A Shein tem sido alvo de várias controvérsias em França e na Europa, incluindo acusações de concorrência desleal e violações de privacidade digital. Em setembro, foi multada em 150 milhões de euros por utilizar ‘cookies’ ilegais sem o consentimento dos utilizadores.
O governo francês prepara ainda uma nova taxa sobre pacotes oriundos de fora da União Europeia, prevista para 2026, que poderá afetar diretamente plataformas como a Shein e o Temu.