O príncipe André, irmão do rei Carlos III, continua a ser alvo de novas revelações que expõem o lado mais sombrio da sua vida privada. Segundo o biógrafo Andrew Lownie, autor do recém-lançado livro Entitled: The Rise and Fall of the House of York, o duque de York “implorava” a empregados e amigos que lhe arranjassem mulheres — “de preferência bailarinas e loiras”.
O historiador descreve André como alguém “constantemente à procura de mulheres”, que se aproveitava das suas ligações à monarquia britânica para satisfazer desejos pessoais. “Ele pedia a toda a gente do seu círculo para encontrar raparigas com quem pudesse envolver-se”, escreve Lownie, acrescentando que, em várias ocasiões, o príncipe “nem sabia que algumas delas eram prostitutas”.
Mesmo os seguranças pessoais de André, pagos com dinheiro público, terão participado na sua rede de contactos, segundo o livro. “Eles observavam bailarinas atraentes na Royal Ballet e convidavam-nas para conhecer o príncipe. Outras vezes, enviavam empregadas para convidar raparigas em discotecas ou para a sua suíte de hotel”, detalha o autor.
Os assistentes do duque também seriam instruídos a garantir que mulheres “atraentes e loiras” fossem convidadas para eventos oficiais. Uma das secretárias pessoais de André teria chegado a escrever a um diplomata britânico com o pedido específico de “arranjar loiras”. O funcionário respondeu: “Sou diplomata, não um chulo.”
O livro revela ainda que o príncipe se aproveitou do seu papel de patrono da English National Ballet, cargo que lhe foi atribuído após a morte da princesa Diana. Um funcionário da instituição relatou que André parecia mais interessado nas bailarinas do que na arte em si. “Quando assistia a espetáculos, insistia em escolher quem se sentaria no camarote real”, afirma Lownie.
As revelações surgem após anos de controvérsia em torno de André, cujo nome foi associado ao escândalo de Jeffrey Epstein. Virginia Giuffre, uma das alegadas vítimas do duque, acusou-o de a ter forçado a manter relações sexuais em três ocasiões. Em abril deste ano, Giuffre foi encontrada morta, num caso de suicídio confirmado pelas autoridades norte-americanas, pouco antes da publicação da sua autobiografia.
Dias após o anúncio da morte de Giuffre, o príncipe André comunicou oficialmente a sua decisão de renunciar aos títulos reais e às funções públicas, num gesto amplamente interpretado como uma tentativa de reduzir a pressão sobre a Casa Real britânica.